Estação Ferroviária de Fundão
Fundão
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detalhe do novo edifício da estação de Fundão, em 2018 | ||||||||||||||||
Identificação: | 53546 FUO (Fundão)[1] | |||||||||||||||
Denominação: | Estação Satélite de Fundão | |||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | |||||||||||||||
Tipologia: | C [3] | |||||||||||||||
Linha(s): | L.ª da Beira Baixa (PK 147+348) | |||||||||||||||
Altitude: | 485 m (a.n.m) | |||||||||||||||
Coordenadas: | 40°8′28.88″N × 7°29′47.09″W (=+40.14136;−7.49641) | |||||||||||||||
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Município: | Fundão | |||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||||
Equipamentos: | ||||||||||||||||
Inauguração: | [quando?] | |||||||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Fundão é uma interface ferroviária da Linha da Beira Baixa, que serve a cidade de Fundão, no Distrito de Castelo Branco, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta interface situa-se junto ao Largo da Estação, na localidade do Fundão.[4][5][6]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Esta interface apresenta duas vias de circulação (I e II), ambas com 597 m de extensão e cada uma acessível por plataforma de 210 m de comprimento e 685 mm de altura.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Guarda).[7][8]
No local desta interface há um limiar de tipologia ferroviária no que respeita ao comprimento máximo dos comboios de mercadorias, que é de 480 m no troço Fundão-Covilhã e 525 m no troço Abrantes-Fundão.[3]
Situa-se junto a esta estação, centrado ao PK 149+51, o Terminal de Mercadorias do Fundão, um terminal ferroviário multiserviço gerido pela I.P.; tem acesso pelo Ramal do Terminal de Mercadorias Fundão, a linha n.º 83 da rede ferroviária portuguesa, com 0,6 km de extensão, em via única,[3] que se insere na rede ao PK 149+512 (dep. 53561) da Linha da Beira Baixa,[1] do lado direito da via no sentido ascendente e orientado no sentido Fundão-Alcains,[6] e que se prolonga até ao seu PK 1+975,[1] bifurcando-se em três vias paralelas[6] com extensão máxima de 1375 m.[1] Tem uma área de 37 885 m² e serve a Zona Industrial do Fundão,[9] situada quatro quilómetros a norte da cidade.[6]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo intercidades, com três circulações diárias em cada sentido entre Lisboa - Santa Apolónia e Guarda, e de tipo regional, com quatro circulações diárias em cada sentido entre Castelo Branco ou Entroncamento ou Lisboa - Santa Apolónia e Guarda ou Covilhã.[10]
História
[editar | editar código-fonte]A estação situa-se no troço entre Abrantes e Covilhã da Linha da Beira Baixa, que principiou a ser construído nos finais de 1885, e foi aberto à exploração em 6 de Setembro de 1891, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11]
Em 16 de Outubro de 1939, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que iam ser criados bilhetes a preços reduzidos até ao Fundão, devido à feira anual que ali se ia realizar em 20 de Outubro.[12] Em 16 de Abril de 1949, deu-se um acidente na estação, quando o inspector Barbosa, da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, caiu para a via férrea quando estava a embarcar numa das carruagens de um comboio em marcha, tendo sido salvo por um subalterno.[13] O maquinista parou o comboio quando foi alertado pelas pessoas na gare, tendo o inspector sofrido apenas ferimentos ligeiros.[13]
Em finais da década de 1970, esta estação estava flanqueada em ambos os extremos por passagens de nível, entretanto[quando?] desativadas.[14] Contava com duas “vias-saco” no interior da estação, uma servindo o armazém de mercadorias (a sul do edifício de passageiros) e outra (a norte) constituindo o ramal particular Fundão-Moagem; a norte da estação existia um ramal de plena via designado Fundão-Sagres[14] — todas estas dependências foram mais tarde[quando?] eliminadas, dando lugar às atuais.[3]
Em Janeiro de 2011, a estação mantinha duas vias de circulação, ambas com 293 m de comprimento; as duas plataformas tinham ambas cerca de 134 m de extensão, tendo a primeira 20 cm de altura, e a segunda 45 cm[15] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[3]
Referências literárias
[editar | editar código-fonte]No romance Manhã Submersa, de Vergílio Ferreira, uma das cenas é passada nesta estação, que surge com o nome fictício de Torre Branca:
E pela tarde, ao escurecer, chegámos finalmente à estação da Torre Branca. Uma torrente negra de seminaristas inundou tudo. Dois carros de bois carregaram as sacas, e sob as ordens chicoteadas do Padre Tomás, e a um bater de palmas arrastámo-nos em massa estrada fora.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b c d e f Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- ↑ «Fundão - Linha da Beira Baixa». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 5 de Fevereiro de 2017
- ↑ «Fundão». Comboios de Portugal. Consultado em 19 de Novembro de 2014
- ↑ a b c d OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância rodoviária (40.1707; −7.4897 → 40.1412;−7.4974)». Consultado em 13 de março de 2023: 4120 m: desnível acumulado de +69−16 m
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ «Parque Industrial do Fundão». Consultado em 13 de março de 2023
- ↑ Intercidades : Regional : Linha da Beira Baixa : Lisboa / Covilhã ⇄ Guarda / Vilar Formoso («horário em vigor desde 2022.12.11»)
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). Lisboa. p. 61-64. Consultado em 5 de Fevereiro de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Feira no Fundão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1244). Lisboa. 16 de Outubro de 1939. p. 471. Consultado em 5 de Fevereiro de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b «Vida ferroviária» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1473). Lisboa. 1 de Maio de 1949. p. 293. Consultado em 2 de Junho de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b “Sinalização da estação de Fundão” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1978
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FERREIRA, Vergílio (1990) [1953]. Manhã Submersa. Venda Nova: Bertrand Editora. 217 páginas. ISBN 972-25-0265-4
Leitura recomendada
[editar | editar código-fonte]- ROSA, Mendes J. (2005). História cronológica do Fundão 14.ª ed. Fundão: Câmara Municipal do Fundão. 175 páginas. ISBN 972-99258-8-7